sexta-feira, 18 de junho de 2010

Parece incrível ainda estar vivo quando já não se acredita em mais nada. Olhar, quando já não se acredita no que se vê.


Até mais.

Sei que parece bem estranho começar uma carta assim. Sei lá, fiquei com medo de dizer oi, ou perguntar como você estava e você pensasse que isso significava alguma coisa. Talvez uma cobrança, ou até mesmo um eu te amo, merda. Sempre tive medo do que você ia pensar, do que você ia achar. Se eu falasse algo a mais, bebesse algo a mais, ou te amasse demais. Você sempre com essa pose de homem inabalável, intimidando meus sentimentos, aprisionando-os dentro de mim. Mais agora eu cansei. Sou um ser humano sabia? Precisava deixar isso claro, as vezes eu acho que você não lembra disso. Seres humanos sentem, falam, choram. Choram, meu bem. Você esqueceu disso né? De como se chora? De como se ama. Mais agora eu vou embora, to com medo de acabar falando demais. Mais uma vez, esse medo me reprimindo. Sabe, meu bem, ontem eu parei para pensar e por incrivel que pareça, não lembrei de você. Pela primeira vez em semanas, não lembrei de você. Hoje você está aí, feliz, saltitante, curado de mim. Se é que precisavas de alguma cura. Não tenho anticorpos para esse tipo de relacionamento. Ele me dá febre, taquicardia. E tudo mais! Tu se privava de me olhar, de me tocar por medo. Ou por falta de desejo mesmo. Sabe, não reprimo mais meus desejos, eles podem fluir agora. Não tenho mais você para dizer o que fazer. Agora não tenho mais medo, sabe por que? Porque o maior medo que eu tinha era de te perder. E isso já aconteceu! Agora eu vou indo embora, de verdade. Não escrevo mais, não ligo mais, não procuro mais. Não me importo mais se ficar sem te ver, não sinto mais sua falta. Agora, fica aí, com teu medo. Que eu vou para o outro lado, a coragem. Mais creio que você não sabe mais o que signifca essa palavra. Eu te amo, ou melhor, eu te amei. Demais!

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